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Mostrando postagens de outubro, 2015

Vamos conversar sobre a psicoterapia infantil?

Para qualquer pessoa que me procura para começar um processo psicoterapêutico eu pergunto se já fez psicoterapia ou análise em algum momento da vida. A resposta mais frequente é “não”, mas não é sobre isso que quero conversar com vocês. Alguns dizem que “sim”, que já haviam buscado na fase adulta. Com a exceção de uma vez, um cliente meu, adolescente, respondeu que já havia feito psicoterapia quando era criança. Nessa oportunidade uma fala dele que me marcou bastante foi: “eu fiz quando criança, mas eu só ficava brincando” complementado por “aí minha mãe acabou me tirando por eu só ficava brincando com a psicóloga”. Só ficava brincando! Pergunto-me o que a mãe dele esperava. Se por algum acaso queria que a psicóloga sentasse adultamente para dialogar e provocar reflexões maduras em uma criança de seis anos. Além disso, o brincar tem papel essencial no desenvolvimento de qualquer criança. Dentre as possibilidades de intervenção na psicoterapia com a criança, o brincar é uma esc

Polaridade

Todos nós já experimentamos, em algum momento, um dilema interno. Alguns dos mais comuns são: razão X emoção, querer X dever, eu X o outro, quem eu sou X quem eu queria ser. Além disso, existem também aqueles conflitos gerados por características internas opostas que possuímos, mas que não acreditamos poderem coexistir, em função de suas naturezas contraditórias. Por exemplo, posso possuir a característica do altruísmo, mas também a sua polaridade , o egoísmo. Nessas situações, é como se sentíssemos que nossas forças internas estão agindo em sentidos opostos. Normalmente, tendemos a pensar que temos que escolher entre um e outro. O clássico conflito razão X emoção é um excelente exemplo que pode surgir em momentos de decisão, e que geralmente acaba nos levando a uma interminável disputa interna. O mesmo acontece com a nossa realidade interior, uma vez que possuímos tanto características aceitáveis quanto inaceitáveis, de acordo com a norma socialmente difundida e, nesses casos, ac

Passar por terapia é fácil?

Sabe aquela expressão “Sangue, suor e lágrimas”? Existe uma convergência interessante entre a ideia a que ela remete e um aspecto particular da psicoterapia. A metáfora que ela representa, diz respeito a um momento cronológico particular da pessoa em processo terapêutico. De forma generalizada, mas não fundamental, as pessoas que procuram pela psicoterapia aspiram por mudança. Essa mudança relaciona-se às experiências de vida desta pessoa, que de alguma forma não se fazem satisfatórias nos relacionamentos interpessoais ou no convívio consigo mesmo, e em tantos casos levam a um enorme sofrimento. Ao buscar na psicoterapia o alívio e soluções para os tormentos cotidianos, várias pessoas se deparam com um fenômeno interessante. As dores, sofrimentos e/ou tormentos que a pessoa vive aparentemente aumentam e imperam na vida (e em particular durante a sessão de psicoterapia). Na verdade, esses sofrimentos não aumentam, o que amplia-se é a CONSCIÊNCIA  da pessoa em relação à sua hist