Tenho escutado uma coisa com frequência o suficiente para me mobilizar a escrever sobre este tema. Ouço de mães e pais de crianças com até 11 anos de idade, que o(a) psicólogo(a) do filho indicou que arrumassem um animal de estimação para a criança — na maioria das vezes indicam um cachorrinho.
Evidentemente, os profissionais da
psicologia que indicam o animal de estimação tem suas razões para fazer isso.
Veem que de alguma forma a criança terá benefícios da relação estabelecida com
o pet.
A questão que quero levantar é: Será
que basta colocar um cachorrinho em casa e pronto? Já estará preparada a coleta
de benefícios para a criança?
O problema é quando ouço as
pessoas dizerem que o psicólogo prescreveu o animal de estimação, sem nenhum
outro tipo de orientação a respeito do que fazer depois de adotar o bichinho.
Não basta só adotar o animal de estimação
E de fato, se não há nenhuma
orientação, as repercussões de arrumar um pet podem ser adversas. Ouvi um
relato de que o psicólogo indicou para uma mãe que ela desse para o filho um cachorrinho,
e esse profissional não falou nada mais. Agora que a criança tem o cachorrinho, ela não liga
para o bichinho, e algumas vezes o maltrata com violência.
Adotar um animal de estimação é um
ato de extrema responsabilidade. Qualquer que seja a espécie, ele irá precisar
de cuidados especiais e de ser educado no dia-a-dia.
O que os psicólogos devem entender é
isso, que somente ter o animal de estimação não basta. As crianças (e os pais)
devem assumir o compromisso de cuidar de outra vida.
Oportunidades de desenvolvimento com animais de estimação
Por outro lado, ter um animal de
estimação pode ser muito bom para o desenvolvimento infantil. Mas a abordagem
com a criança — ao adotar o animalzinho — deve ser cuidadosa.
Leia também: Terapia Assistida por Animais e suas possibilidades
Primeiramente, os pais devem
considerar o desejo da criança em ter um animal de estimação. Se a criança nunca
mostrou interesse por animais, provavelmente ela não terá muitos benefícios
desta relação. Você pode ainda perguntar para ela a respeito disso, e ver o que ela tem a
dizer sobre adotar um bichinho e tê-lo em casa todos os dias. Dependendo da
resposta dela, você pode descartar a possibilidade ou dar um tempo para ela ir
assimilando a proposta.
Se a criança demonstra interesse e
afeição pelos animais, provavelmente será muito benéfico para o desenvolvimento
dela o relacionamento com o pet. No entanto, ela deve ser devidamente orientada
a respeito dos cuidados com o animal.
Ela deve entender que se trata de uma
responsabilidade, e que o bem-estar do animalzinho deve prevalecer. Isso será
ótimo para o desenvolvimento social dela. E vai depender de você, mãe ou pai,
como irá combinar com seu filho a respeito dos cuidados cotidianos (como limpeza
e alimentação do animal). Caso essas tarefas sejam delegadas a seu filho ou filha, faça junto com ele(a) durante as primeiras duas semanas, para ele(a) entender a importância
disso, e já se habituar à responsabilidade.
É imprescindível também que você não
recorra à violência física para educar o animal. Seu filho irá aprender com a
violência que vê e, posteriormente, irá replicar esta violência que você mostrou a ele. Primeiramente com o animalzinho, depois este comportamento violento ganhará potencial
de ser propagado para as relações interpessoais com outras pessoas (podendo ganhar
forma de violência física ou verbal).
Leia também: 7 atitudes que não devemos ter com as crianças
Lembre-se de que também é importante
que você, mãe e/ou pai, tenha afeição por animais! É condição para que o
relacionamento que o pet estabelecerá com vocês seja benéfico para a criança, e
também para a família como um todo.
Concluindo, pode ser bom que seu filho
tenha animais de estimação — com as devidas ressalvas! Só assim ela irá coletar
benefícios desta relação. Este artigo foi útil para você tomar sua decisão?
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infantil.
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