Todos os dias de nossas vidas temos que tomar alguma decisão. Nem que
seja o que comer no café da manhã. Decisões fazem parte da vida das mulheres e
homens modernos. Nossas escolhas diárias são o exercício pleno da nossa
liberdade que, como já dizia Jean-Paul Sartre, é também nossa condenação. Às
vezes, as decisões que temos que tomar são simples e fáceis de escolher; outras
vezes, são mais complexas e todas as opções que nos são apresentadas parecem
conflitantes. Independente de qual seja o caso, há uma questão que, na
contemporaneidade, tem sempre perpassado o processo de decisão: a pressa.
Em uma sociedade em que o progresso tem sido incessantemente buscado,
dentre outros, por meio de uma evolução contínua da tecnologia, somos
treinados, desde nosso nascimento, a realizar tudo com celeridade, rapidez.
Ninguém mais tem tempo e/ou paciência de esperar as coisas acontecerem, uma vez
que, se você precisa de alguma informação, pode imediatamente fazer uma busca
no Google pelo seu celular, ao invés de ir à biblioteca, por exemplo.
Não me entenda mal, isso é ótimo! A facilidade de acesso à informação
que temos hoje nos permite muito mais do que há pouco mais de uma década. E
vários movimentos importantes para a humanidade estão sendo feitos por meio de
redes sociais, com um alcance imensurável graças às possibilidades que o acesso
à internet proporciona. Em várias situações a rapidez é desejada, ou até mesmo
necessária. O problema é que estamos levando isso – ao extremo – a todos os
aspectos da nossa vida.
Nós, treinados como somos a ter pressa, queremos decidir tudo o mais
rápido possível – inclusive grandes
decisões da vida – e não sabemos
lidar com o não-saber. Isso faz com que não dediquemos o tempo necessário para
que a resposta venha até nós (depois de muita reflexão, obviamente. Não é
mágica). Tomamos decisões impulsivas, sem conseguir vislumbrar as
possibilidades na sua plenitude. O problema é que, posteriormente, isso acaba
levando à frustração, ao já conhecido pensamento: “e SE eu tivesse escolhido a outra
opção?”. É claro que fazer escolhas conscientes não é uma garantia de que você
não vai se frustrar. Mas, pelo menos, você vai poder dizer: “escolhi isto
porque eu quis, depois de muita reflexão e de forma consciente. Hoje vejo que
talvez não tenha sido a melhor escolha, mas foi o que eu julguei certo na época”.
E seja menos duro(a) consigo mesmo(a). Você não é a pior pessoa do
mundo porque optou por X ao invés de Y. Claramente, não dá para alterar o
passado. Mas dá para fazer diferente daqui pra frente, e você tem um mundo de
possibilidades!
Quero fazer hoje um convite aqui. Experimente estar confortável no
lugar do não-saber. Você não precisa saber o tempo todo. Tudo bem estar em
dúvida, tudo bem não saber o que fazer às vezes. Está tudo bem! :)
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