Este
é um tema que merece muita atenção, tanto de clientes quanto de profissionais. Vamos
falar neste texto sobre ética profissional –
especificamente ao se tratar dos serviços dos psicólogos.
A Ética Profissional do Psicólogo
Deve
ser de seu conhecimento que os Psicólogos têm um Conselho Federal e um Regional
ao qual respondem. Os Conselhos regulamentam a prática da profissão para a
sociedade. Podemos dizer que protegem a sociedade de possíveis percalços
decorridos da prática ilegal, irresponsável e antiética da profissão. Bem, é
assim não só para os Psicólogos, mas para diversas profissões. Temos, por
exemplo, o Conselho de Enfermagem, o de Medicina, de Engenharia e Agronomia,
dentre outros.
Ao
se tratar da ética profissional dos psicólogos falamos de especificidades exclusivas – utilizo aqui a redundância de forma intencional, vou explicar porque.
A relação profissional que o psicólogo estabelece é das mais íntimas e pessoais
dentre todas profissões. Nosso trabalho é mais benéfico quando estabelecemos um
relacionamento terapêutico forte.
É
justamente por isso que a ética profissional do psicólogo tem especificidades: nosso trabalho depende deste relacionamento próximo para beneficiar nossos
clientes. E por isso os psicólogos devem ser muito cuidadosos nesse sentido.
Pessoas lesadas ou constrangidas por Condutas
Temos
agora uma singela contextualização da ética profissional dos psicólogos.
Retornemos a questão colocada no título deste artigo: Você alguma vez já se
sentiu lesado ou constrangido por uma conduta de um psicólogo? Acredite, não
penso ser improvável isto ter acontecido. Por trabalhar na área, fico sabendo
de acontecimentos antiéticos assombrosos.
O
próprio jornal do Conselho Regional que é enviado pelos correios aos
profissionais mensalmente, traz uma sessão em que são mencionados os casos
denunciados e em processo de alguns psicólogos. Uma dessas edições incluiu a
história de um(a) psicólogo(a) que influenciou um cliente da sua clínica a vender-lhe
um apartamento mais barato. Ou seja, utilizou da relação terapêutica construída
em benefício próprio.
E
também outros casos que os colegas ficam sabendo e contam. Por exemplo, psicólogo
que propõe aos clientes que ele os massageasse (não é permitido). Paralelamente, pessoas como clientes também relatam experiências ruins com profissionais. Uma amiga
contou-me que quando era adolescente foi a uma psicóloga. Esta profissional
tomou a inconveniente liberdade de arrumar um encontro com o garoto que esta
minha amiga gostava, considerando que seria o melhor para ela. Veja a gravidade
desta atitude. A profissional obscuramente impôs algo para uma cliente (menor
de idade ainda por cima), a qual não foi ao menos consultada anteriormente. Isso não é
exercício legal da profissão.
Existem
diversos outros que também já tomei conhecimento, estes são só alguns. Caso
queira saber outros exemplos de condutas antiéticas, você pode entrar em contato comigo.
Por que falar sobre isso?
E
o motivo de eu trazer este conteúdo publicamente é
simples. Não é de conhecimento das pessoas que elas podem tomar providências à respeito dessas atitudes irresponsáveis. Os Conselhos de Psicologia prestam
exatamente este serviço à sociedade: assegurar o exercício responsável da
profissão e proteger as pessoas de condutas antiéticas. E como eles fazem isso?
Todo Conselho Regional tem um canal para receber denúncias e reclamações. A
equipe que recebe o telefonema apura a denuncia e investiga a situação. Portanto, caso sinta-se desconfortável com alguma atitude do seu psicólogo, você pode
entrar em contato com o Conselho. Aqui você tem acesso ao Código de Ética Profissional do Psicólogo, se desejar saber mais.
E
vou revelar outro motivo para eu estar escrevendo este artigo. Quando qualquer
psicólogo irresponsável comete alguma infração ética, toda a classe de
psicólogos perde! Todos os outros profissionais têm a imagem manchada. As
pessoas deixam de procurar pelos serviços profissionais, pois a reputação é desvaloriza. E isso é gravíssimo!
Vou
contar mais um exemplo real, envolvendo a desconfiança no psicólogo. Ouvi
de um colega uma história muito triste. Ele disse que sua mãe sofria de
depressão. Ela recorreu a diversos profissionais, como médicos e outros
tratamentos alternativos. Tomava diversos remédios para depressão, mas ainda não sentia-se melhor. Quando era orientada por qualquer pessoa a procurar pela
psicoterapia, que a ajudaria muito, ela se recusava, falava que não precisava de
psicólogo, que esse profissional não a ajudaria em nada. O que aconteceu
depois? A mãe dele suicidou. Não suportava mais essa vida com depressão. Nada que ela fez a
livrou de sua condição.
E então fica a pergunta: esta história poderia ter sido
diferente se ela tivesse procurado pela psicoterapia? Tendo em vista o fim trágico, não era uma tentativa válida?
E
mais: será que esta mulher é a única no mundo que deixou de procurar por um
psicólogo para viver melhor e com mais sentido? Pela minha própria experiência,
tenho certeza que não. Existem diversas pessoas que não sabem ou não reconhecem
os benefícios da psicologia. E acredito que um dos motivos é esta reputação
manchada que uma ínfima minoria delega ao restante da classe.
Você pode colaborar com a sociedade
Portanto,
saiba, nem todos os profissionais são irresponsáveis. Você pode se proteger
melhor com amparo dos Conselhos. E além de tudo, você pode estar auxiliando
milhares de pessoas – que tem a Psicologia como desacreditada – a terem uma vida melhor! Simplesmente por saber que existe essa possibilidade de auxiliar
a profissão denunciando práticas antiéticas e ilegais.
Ajude
a sociedade! E de forma simples.
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