O intuito deste texto é ser uma
referência para reflexão. O que me motivou a escrevê-lo é minha experiência na
clínica psicológica. É bastante visível que as principais queixas das pessoas
estão relacionadas a um desejo de viver a vida de forma diferente – seja por
meio de uma mudança radical ou sutil. Isso em si, já pode ser um indicativo que
não estão vivendo de verdade.
Mas o que é viver de verdade? Viver de verdade está relacionado à uma vida com sentido, que algumas pessoas entendem como viver com felicidade. No fundo, viver de verdade ganha significado particular para cada um. Se você quiser saber mais sobre isso, leia este artigo sobre felicidade, este sobre a leveza da vida, e este outro sobre o sofrimento como parte da vida.
Mas o que é viver de verdade? Viver de verdade está relacionado à uma vida com sentido, que algumas pessoas entendem como viver com felicidade. No fundo, viver de verdade ganha significado particular para cada um. Se você quiser saber mais sobre isso, leia este artigo sobre felicidade, este sobre a leveza da vida, e este outro sobre o sofrimento como parte da vida.
Voltemos ao tema central do artigo. Elaborei uma pequena lista de alguns sinais que percebo serem comuns ou recorrentes na vida das pessoas, que indicam que você pode não estar vivendo sua vida de verdade, talvez apenas sobrevivendo na sociedade.
"Não quero sobreviver..." via GIPHY
"Quero viver" via GIPHY
Ressalto que, esses sinais enumerados
são apenas pistas de não estar vivendo de verdade. Mas não são certezas de que as
pessoas não estão vivendo. Por isso valem como reflexão, e não como diagnóstico
de não estar vivendo de verdade.
Continue a leitura e saiba quais são
esses sinais.
Colocar a vontade dos outros primeiro que a sua
Este é um sinal marcante de não viver
plenamente, e não é tão simples se dar conta e mudar isso.
Com frequência, as pessoas com esta
expressão de ser, não consideram suas vontades e desejos tão importantes quanto
a dos outros. Ou não querem transparecer que são egoístas.
O fato é que não é egoísmo cuidar de
si mesmo, e ter prazeres na vida é natural para o ser humano. Não nos permitir
a prazeres (responsáveis e éticos), é contrariar a nossa própria
natureza. Ou seja, se você não colocar a sua vontade primeiro, será prejudicial a sua
saúde.
Além disso, quando estamos bem
resolvidos com nossas vontades, e permitimos que elas sejam prioridades,
estamos facilitando que toda ajuda e apoio que damos aos outros são
genuinamente por nossa vontade. Quando não colocamos nossas vontades primeiro,
é muito provável que não estamos fornecendo 100% de nosso potencial quando nos
comprometemos a ajudar outra pessoa.
Viver de verdade significa priorizar suas próprias vontades, e confiar na sua autenticidade para ajudar e apoiar as
pessoas amadas quando precisarem.
Engolir sapos frequentemente
Engolir sapos está relacionado ao primeiro
sinal acima exposto, mas merece um tópico próprio pela recorrência deste
comportamento na sociedade.
O comportamento que na nossa
sociedade entendemos como engolir sapos, pode ser entendido como permitir que
aconteça algo a você, apesar da forte vontade de não querer que aconteça. Isso pode tomar
várias formas, por exemplo, permitir que alguém mande em você, permitir que alguém fale
desavenças com você, ou sentir que foi “desaforado” e nada fez.
Isso pode estar sinalizando que você
está restringindo o seu espaço de existência, e permitindo que os outros o
ocupem. Para entender isso, veja esta metáfora: Na física sabemos que dois
corpos diferentes não podem ocupar o mesmo espaço. Portanto, se dois corpos
disputam espaço, pode acontecer de um perder espaço para o outro ganhar.
Restringir o espaço de existência é
isso, permitir que os outros sobressaiam sobre seu bem-estar. É sabotar o
próprio bem-estar.
Portanto, se você engole sapos com
frequência, saiba que isso pode estar mostrando que você está reduzindo sua
existência, em detrimento da dos outros. E isso não é viver de verdade.
Usar muito o tempo verbal futuro do pretérito
Isso é bastante claro para
Gestalt-terapeutas como eu. Alguns clientes usam com frequência o tempo verbal
futuro do pretérito para falar sobre si mesmo. Me refiro aos verbos como “deveria”,
“teria”, queria”, etc.
Semanticamente, isto é, o significado
que uma palavra tem para uma pessoa, pode estar revelando que a pessoa não
está se apropriando do seu próprio poder de mudar a vida no aqui-e-agora – que é
o que importa, pois é onde todas as mudanças acontecem.
Em vez de falar, “Eu queria conversar
com meu/minha namorado(a) sobre isso”, sugiro para os clientes começarem a
falar “Eu quero conversar com meu/minha namorado(a)!”. Isso gera uma sensação
diferente para o falante, e convida a considerar a vontade presente de uma forma
diferente. De uma forma que a pessoa reconheça a importância do agora para
reinventar-se, e conseguir fazer o que “queria”.
Mudar o tempo verbal do futuro do
pretérito para o presente do indicativo pode abrir muitas portas para uma nova
compreensão sobre o que vivemos.
Não estar satisfeito(a) com os relacionamentos
Há diversas formas que a insatisfação
com os relacionamentos pode ocorrer. E todas sinalizam que você não está se “nutrindo”
psicossocialmente.
Algumas pessoas tendem a pensar que o
problema de todos os relacionamentos estarem ruim é culpa delas mesmas, o que
não é necessariamente verdade. Mas isso não as exime de responsabilidade sobre o futuro do relacionamento.
Sempre há algo a se fazer para tentar mudar qualquer relacionamento, e não necessariamente implica em terminá-los. Muitas pessoas não tem clareza sobre como fazer isso, é quando consultar um(a) psicólogo(a) pode ser muito útil.
Se você percebe que não está satisfeito com os relacionamentos que tem, eles podem estar limitando a sua capacidade de viver de verdade. E talvez você ganhe em reavaliá-los.
Sempre há algo a se fazer para tentar mudar qualquer relacionamento, e não necessariamente implica em terminá-los. Muitas pessoas não tem clareza sobre como fazer isso, é quando consultar um(a) psicólogo(a) pode ser muito útil.
Se você percebe que não está satisfeito com os relacionamentos que tem, eles podem estar limitando a sua capacidade de viver de verdade. E talvez você ganhe em reavaliá-los.
Achar que não está vivendo de verdade
E por fim, isto deve ser falado para
você que já sabe que não está vivendo de verdade e plenamente. E acha que a vida
pode ter mais sentido e você pode ser mais feliz do que é.
Obviamente, você tem razão em querer isso, pois se sente isso existe(m) algum(ns) motivo(s) para sentir-se assim. E tudo que é sentido é real e verdadeiro.
Então, é verdadeiro que você realmente pode viver mais plenamente.
Nossa sociedade tende a desvalorizar
o que sentimos, e dar maior importância ao que é racional ou lógico. Portanto,
mesmo que você considere que não é justificado estar pensando que poderia viver
de uma forma diferente, saiba que se você tem este sentimento ou sensação, é
razão suficiente para acreditar que não está vivendo de verdade e que merece
mais.
Se você se identificou e gostou deste
texto, deixe seu comentário e mostre para seus amigos! Quem sabe podem estar
vivendo experiências deste tipo e irão gostar da reflexão?
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