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Mostrando postagens de agosto, 2015

Auto-suporte

O assunto de hoje é auto-suporte (ou auto-apoio). Escolhi este tema devido a uma reflexão pessoal à qual a prática clínica tem constantemente me levado nos últimos anos. Não sei se é um sintoma da nossa sociedade contemporânea, mas tenho visto com muita frequência uma dificuldade geral das pessoas em suportar-se a si mesma (o pleonasmo é intencional), e tendendo a buscar apoio externamente; no meio, ou no outro. E neste contexto, a palavra suporte refere-se desde o aspecto emocional – buscar desfazer-se da dependência emocional do outro – até aspectos objetivos – mobilizar a energia necessária para correr atrás de seus objetivos de vida por conta própria. Tenho visto, a cada dia, as pessoas buscando apoio no outro de forma exagerada, de modo a delegar ao outro a responsabilidade de fornecer as ferramentas necessárias para seu crescimento. Isso acontece, principalmente, devido ao modo como lidamos com nossas frustrações. Um exemplo comum, utilizado por Perls (1977), refere-se a um

Dependência à psicoterapia acontece ou é mito?

Para começar com uma amostra de como a dependência ocorre, começo dizendo já: não responderei a pergunta, você deverá tirar suas próprias conclusões. Mas para o leitor atento ficará claro o meu posicionamento a respeito do tema. Por que não responderei? Primeiramente por motivação de estar alinhado à proposta da psicoterapia. (Para quem quer saber melhor sobre o que se trata a psicoterapia, leia a primeira publicação do Blog Janela Interna, pela Raíssa Dias, clicando aqui ). O psicoterapeuta não se propõe a responder objetivamente aos dramas e percalços existenciais dos seus clientes, mas sim, prover um espaço para que o cliente resolva seus próprios dilemas. Caminham de mãos dadas, mas o profissional não diz à pessoa qual caminho seguir. Os psicólogos e psicólogas que assumem essa postura possibilitam à pessoa apropriar-se de sua existência. Grosso modo, refiro-me à existência como plenitude humana de escolhas que culminam para as formas de viver. Tais escolhas ocorrem das maneir

O que é a psicoterapia e qual a diferença entre ir ao psicólogo e conversar com um amigo?

Creio que esta seja uma pergunta que nunca fica ultrapassada. Eu mesma me recordo, quando estava no Ensino Médio, antes de decidir cursar Psicologia, de ter me perguntado isso algumas vezes. “Pra quê procurar um psicólogo se posso compartilhar minhas angústias com meus amigos?” E mesmo hoje, quase 10 anos depois, tenho visto muitas pessoas fazendo esta pergunta. Então, vamos conversar um pouco sobre o que é a psicoterapia e quais as principais diferenças entre ir ao(à)  psicólogo(a) e conversar com um amigo. Primeiramente, a principal e mais óbvia diferença, mas da qual não podemos nos esquecer, é que o psicólogo estudou no mínimo 5 anos para aprender a fazer o seu trabalho. Isto significa que estamos falando de profissionais que possuem uma orientação teórica , desenvolvida por estudiosos mundialmente conhecidos, e constantemente aperfeiçoada por pesquisadores até os dias de hoje. Existem várias orientações teóricas - ou abordagens psicológicas - sendo que as mais conhecidas s