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Apesar do desejo, muitas pessoas não
conseguem mudar. Apesar de saberem exatamente o que têm que fazer para isso, não
conseguem. Mesmo sabendo onde querem chegar, não alcançam o
objetivo.
Neste texto, trataremos deste assunto
de interesse recorrente na nossa sociedade.
Cada pessoa é única, portanto não existe uma regra absoluta para conseguir transformar-se, mas existem pontos
fundamentais para reflexão. Esses pontos trazem os esclarecimentos necessário
para dar os primeiros passos.
E lembre-se que toda mudança requer contínuo
exercício, pois a experiência recorrente fortalece a incorporação da mudança pelo seu
organismo.
Veja a seguir as dicas para reflexão
e esclarecimento que propomos àqueles que querem entender os porquês de ser tão
difícil mudar.
Quais pessoas não conseguem mudar?
Qualquer pessoa pode passar por esta dificuldade.
Todos nós temos o potencial criativo mas também temos o potencial para enrijecer.
Transitamos entre eles nossa vida inteira.
Não é incomum chegar um novo cliente com a
queixa de que quer voltar a ser como era há X anos atrás, no qual era uma pessoa leve que conseguia lidar com as dificuldades, e, por conseguinte, ser mais
feliz.
A dificuldade em mudar está
diretamente relacionada ao enrijecimento da existência, ou seja, a vida parece repetir-se e as experiências muito semelhantes, assim como as dificuldades. Portanto, o potencial de
maleabilidade e expressão criativa precisam ser redescobertos.
As pessoas que não conseguem mudar
precisam disso: ampliar a consciência para reconhecer as potencialidades
criativas, e usá-las para as mudanças desejadas.
O processo psicoterapêutico consiste –
além de outras coisas – de explorar esta criatividade, na qual o organismo
reencontra o fluxo para ser integralmente saudável. E abandonar as crenças e
posturas rígidas associadas aos sofrimentos vividos.
Vamos ver alguns fatores que
contribuem para adormecer a criatividade.
Racionalização exagerada
Como assim? Racionalizar demais está
relacionado a não conseguir mudar?
Sim! Vou explicar os motivos.
Por exemplo, um homem pode querer ser um melhor
marido. Assim, ele pesquisa o que significa ser um bom marido em livros, pergunta aos os amigos, busca na internet e conversa com o padre na igreja. Enfim, descobre exatamente o que deve que
fazer para mudar, e mesmo assim acaba não
conseguindo.
As pessoas que fazem este amplo
estudo precisam, no entanto, sair da racionalização. Como assim?
Elas precisam voltar para si mesmas,
fazer amplos exercícios de reflexão, entender suas emoções e sentimentos. E também
entender a própria história de vida, para entender se há elementos dela influenciando
no presente.
Isso é articular razão e emoções.
Somente esta integração entre as partes possibilita mudanças -- o universo
emocional isoladamente também não basta para a mudança.
Mesmo assim, ainda pode não ser o
suficiente. Pois certas emoções e histórias requerem apoio profissional para
serem resgatadas e elaboradas. E transmitidas para a vida de forma responsável
e saudável.
A integração mobiliza o organismo,
ajudando-o a sair do enrijecimento.
Ausência ou insuficiência de auto-responsabilização
Responsabilizar-se pelas experiências
é fundamental para conseguir fazer alguma transformação.
Culpar os outros pelo que aconteceu
na sua vida, é um motivo que mantém muitas pessoas inflexíveis e imaturas.
É importante reconhecer que as coisas
que você sente e faz não acontecem porque tal pessoa fez algo com você e te forçou a
ser assim ou fazer aquilo.
Você é assim hoje por escolha sua!
Quando as pessoas reconhecem a importância do fator escolha em suas vidas,
ganham muito mais chances de conseguir mudar.
Ganham o poder sobre a própria vida que
todo mundo deve ter, e a partir de então conseguem ser seu próprio guia, e
deixam de agir reativamente e inflexivelmente em suas relações pessoais.
Insensibilidade ao próprio processo existencial
Também essencial para conseguir
mudar, é ter sensibilidade ao próprio processo de vida. As pessoas geralmente querem "mudar da água para o vinho". Cobram-se muito e perdem a confiança em si mesmas, pois
elevam os níveis de exigência nas alturas.
As pessoas precisam estar atentas às
pequenas vitórias, pois elas são necessárias para a mudança final. Por exemplo,
se quer ser uma pessoa menos ansiosa, não se cobre para ficar despreocupada
com tudo. Tente primeiro reconhecer suas emoções amplamente e respirar devagar –
prestando atenção à inspiração e expiração lentas do ar. Reflita em seguida
sobre como foi a experiência e o que sentiu e pensou. Dessa forma, você já estará fazendo algo diferente e positivo do que costuma fazer.
Dessa forma, você já avançará tremendamente,
pois é um passo de cada vez, e cada passo é uma grande vitória.
Na psicoterapia, por exemplo, uma das
coisas que os clientes aprendem a fazer é ficarem mais sensíveis ao processo
existencial. Cada mudança sutil é muito bem-vinda, pois é assim que as mudanças
acontecem.
As mudanças são como um arco-íris. Vemos
as principais cores, mas para ir da cor inicial à final precisamos passar por
todas outras. E ainda, entre cada uma das cores há uma infinidade de matizes. É
preciso aprender a ter sensibilidade para perceber as sutis diferenças entre
cada um desses matizes durante a mudança.
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Enfim, para qualquer mudança que você
esteja tentando fazer, o apoio de um(a) psicólogo(a) pode fazer toda a diferença.
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