Como já levantado aqui neste blog, os livros de ficção, embora contenham histórias que não aconteceram de verdade, tratam de pessoas, e suas relações
com os outros, o mundo e com elas mesmas. Dessa forma, sempre vai haver algo
nessas histórias, elementos que serão interpretados e influenciarão na nossa
vida real, de acordo com nossas vivências anteriores. Por isso, livros podem ser
utilizados de forma terapêutica, seja por meio da biblioterapia ou do
uso de contos de fada na psicoterapia. Uma vez que um dos principais
objetivos dessas modalidades é a promoção de autoconhecimento, hoje decidimos
enumerar para vocês uma lista de 5 livros de ficção que favorecem o
autoconhecimento:
1) Um homem chamado Ove – Fredrik Backman
Conta a história de um homem chamado Ove (rs), e
os acontecimentos aparentemente simples e rotineiros do seu dia-a-dia, aos 59
anos. Ove é um homem de pouca conversa, muito rígido, defensor das relações
tradicionais de trabalho, e bastante insatisfeito com o rumo que a geração
jovem decidiu tomar. Após um acontecimento trágico, Ove não consegue mais se
situar dentro de sua própria casa e de sua própria vida. Até que uma jovem família
se muda para a vizinhança. É uma história linda e delicada sobre o processo de
mudança. O filme homônimo concorreu ao Oscar 2017, nas categorias filme
estrangeiro e maquiagem.
2) Um bestseller pra chamar de meu – Marian Keyes
Um chick-lit de fôlego que retrata as histórias
de três mulheres que, como é de se esperar, irão se cruzar em algum ponto. Cada
uma delas está em uma fase diferente da vida e possuem relações distintas com
seu trabalho, o que torna bastante provável que você, inevitavelmente, se
identifique com alguma (característica) delas. É uma história leve e divertida,
que mostra mais de perto o mundo editorial, e pode trazer reflexões e
questionamentos a respeito das suas escolhas e a forma como você está vivendo - sob pressão – sua vidinha
moderna.
3) O leitor do trem das 6h27 – Jean-Paul
Didierlaurent
Conforme a sinopse retirada do Skoob: “Operário discreto de uma usina que destrói
encalhe de livros, Guylain Vignolles é um solteiro na casa dos trinta anos que
leva uma vida monótona e solitária. Todos os dias, esse amante das palavras
salva algumas páginas dos dentes de metal da ameaçadora máquina que opera. A
cada trajeto até o trabalho, ele lê no trem das 6h27 os trechos que escaparam
do triturador na véspera. Um dia, Guylain encontra textos de um misterioso
desconhecido que vão fazê-lo buscar cores diferentes para seu mundo e escrever
uma nova história para sua vida.” Sim, é mais um daqueles livros sobre um
protagonista que vive uma vida pacata e sem sentido, cujos dias são todos
iguais. Até que acontece alguma coisa inesperada para sacudir sua zona de
conforto e tirá-lo daquele estado. Porém, quem nunca se sentiu assim?
4) A elegância do ouriço - Muriel Barbery
Apresenta narrativas de duas protagonistas:
Renée e Paloma. A última, uma das moradoras de um prédio muito chique de Paris,
do qual a primeira é zeladora. Um convite à desconstrução de estereótipos e a
enxergar além do que é aparente. Ao longo da narrativa, temos a dimensão de
como as coisas sempre são muito mais do que parecem, mais profundas. Um tapa na
cara da sociedade, com um final arrebatador.
5) O apanhador no campo de centeio – J. D. Salinger
Sim, o clássico (ou, ao menos, aspirante). Narra
os acontecimentos de um final de semana na vida de Holden Caulfield, um
adolescente de 16 anos, que está voltando para casa após ter sido expulso de um
internato. Ao longo do seu trajeto para casa – que sofre vários desvios –,
vamos acompanhando as reflexões de Holden sobre diversos aspectos de sua vida,
bem como seu jeito peculiar de pensar. [A PARTIR DAQUI, POSSÍVEL SPOILER] No
momento em que compreendemos o significado do título, somos automaticamente
levados a um processo de autoquestionamento, numa busca por tomar consciência de
em qual campo nós também somos apanhadores: o que cada um de nós não quer que
se perca, e como lidamos com a impotência e a incapacidade de evitar a perda
das coisas.
6) BÔNUS: O velho e o mar – Ernest Hemingway
Há um post aqui no blog inteiramente dedicado a
este livro, que nos guia a uma profunda jornada de autoconhecimento, especialmente
em relação ao tema da solidão e da frustração. Para ler o texto, clique aqui.
E aí, gostou? Conte pra gente aqui nos
comentários se você já leu algum livro desta lista, e o que achou! E se você
gostou deste texto, curta e compartilhe nas suas redes sociais.
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